Se imaginarmos que, quando criança, aprendemos tudo de forma espontânea sem nem saber o significado da palavra humildade. Aquela ingenuidade faz da criança um sábio, um corpo puro sem pretensões, sem influências, fazendo-lhe um aprendiz da vida.
As primeiras palavras, o primeiro sorriso, as primeiras passadas são tudo um aprendizado para a construção de um novo caminho. E deveríamos ser uma verdadeira criança sempre. Aprender a dar os primeiros passos na escolha da profissão. Almejar ser um grande advogado, médico ou jornalista é fácil, mas antes temos que aprender a ser um médico, jornalista e advogado.
Esse aprendizado passa por escolhas, conquistas, desafios, frustrações, mas não morre nunca a esperança de vencer. Aprender a sorrir, e os mais velhos podem, imbuídos de sentimentos contraditórios e percepções errôneas, dizer: “Sorrir com o quê? Não consegui trocar meu carro, não consigo um bom emprego, continuo morando com os meus pais.” È, realmente, o aprender a sorrir tem que ser quando acorda e percebe que continua ao lado daqueles que te amam, quando olha para o teu corpo e vê que tens saúde para conquistar o mundo. Esse aprendizado não para e caminha com passadas lentas na escolha de um mundo mais justo.
É aí quando temos que ter humildade para a aprender a ensinar. Aprender que educar não é dizer sim e não, amar não é impor ou aceitar, viver não é fazer parte e sim aprender a lidar com o contraditório.
Certo dia, um homem teria sido condenado à forca por cometer crimes tributários contra sua nação. E no dia do seu enforcamento, estava toda a sua família presente, seus amigos e os curiosos que passavam naquela praça pararam para observar. Quando levantaram a guilhotina, o homem olhou para o rei e disse: “Como vai matar um homem que pode fazer um cavalo voar?”. Perplexo com o que tinha escutado, o rei pediu para que o homem fosse retirado da forca para lhe explicar o que tinha dito e o homem repetiu que poderia fazer o cavalo voar. O rei então pediu para buscar um cavalo e disse: “Agora o faça voar”. Aquele senhor olhou para o rei e falou: “Senhor, preciso de dois anos para treinar o cavalo e, se depois disso não conseguir, o senhor pode me matar e também matar minha família”. O rei resolveu aceitar o desafio e soltou aquele preso.
O caminho até em casa era só de reclamações dos familiares, que diziam que ele não iria conseguir e todos estariam mortos daqui a dois anos.
Chateado com aquelas indagações, o homem exclamou: “Antes eu tinha apenas dois minutos, agora tenho dois anos para estar ao lado da minha família, tenho dois anos para pensar o que vou dizer ao rei. Quem sabe o animal não morre e aí tenho mais dois anos para treinar um novo cavalo.
O rei também pode morrer nesse tempo e o que assumir me libertar desta pena”. Isso mostra o quanto este senhor aprendeu a gostar da vida, aprendeu com as palavras que uma vida não poderia ser retirada por um ato impensado. A vida está aí e nós é que temos o desafio de aprender com ela.
Fonte da foto: usstar.com.br