sábado, 12 de dezembro de 2009

Sonho Perdido




Olhando de longe, o que dá para observar é uma grande quantidade de pessoas de preto, mas, com a aproximação das câmaras, percebemos diferenças de raças, de cores e, a cada discurso, objetivos contraditórios. Estou me referindo à reunião do clima em Copenhague, na Dinamarca.
Esperávamos discursos coerentes e acordos animadores que viessem a contribuir com as gerações futuras, mas infelizmente o que vimos foram demonstrações de vaidade e jogos de interesse.


No fim bem próximo, todos pecarão pela omissão da caneta.
Bastava uma assinatura, uma palavra de bom senso, a consciência de resolver não problemas recentes, mas catástrofes futuras que vão matar aqueles que poderiam desfrutar a beleza da vida. Enganados aqueles que estão pensando que o homem destroi a natureza, os últimos acontecimentos demonstram que ela, sim, pode mudar o rumo do planeta. Onde só se havia terra virou rio, aqueles que nadavam na abundância da água hoje choram pelo desaparecimento do líquido.

Os ventos sopram numa velocidade impressionante e levam o que encontram pela frente, novas doenças aparecem sem nem o homem saber sua causa e de onde estão vindo. Isso me faz lembrar uma história de dois adolescentes que certo dia resolveram se separar para viajar o mundo. Os dois marcaram para se encontrar em determinado ano e país. Apaixonados por novas descobertas, eles seguiram. Vários dias e noites viajando, é chegada a hora do reencontro. E, no determinado local marcado pelos os dois, só foi possível reconhecer um ao outro pelos documentos.

Se a jovialidade de um era nítida ao primeiro olhar, isso não poderia ser observado no outro. A pele mais castigada e as marcas deixadas no rosto davam-lhe a aparência muito mais velha, apesar de terem a mesma idade. E durante uma conversa, o que aparentava ter mais idade perguntou para o outro: “O que sua visão enxergar naquele horizonte é meu, procurei neste tempo em que nos separamos trabalhar e acumular riquezas. E você o que fez?” E outro, com uma voz bem serena, disse: “Procurei fazer realmente o contrário. Passei todo este tempo observando, desfrutando as paisagens e as pessoas que encontrava pela frente, e acho que isso não tem preço”.

E realmente esse exemplo nos faz refletir sobre o que adianta os países como China e Estados Unidos apressarem o relógio da vida, nesta busca incansável por acúmulo de tecnologia e riqueza, se sua população já não aguenta mais sofrer com as angústias, sofrimentos e doenças da mente? Não basta vencer os outros, a luta incansável tem que ser para vencer a nós mesmos. A mudança tem que começar de dentro para fora.


É preciso reconhecer que estamos chegando ao limite da invenção, agora é reinventar os nossos conceitos e mudarmos para que filhos e netos não sofram com escolhas precipitadas. A esperança não morre, ela só servirá de espelho para aquilo que julgamos como vida.


Fonte da Foto: susanc33.blogspot.com

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