segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ser humilde para aprender




Se imaginarmos que, quando criança, aprendemos tudo de forma espontânea sem nem saber o significado da palavra humildade. Aquela ingenuidade faz da criança um sábio, um corpo puro sem pretensões, sem influências, fazendo-lhe um aprendiz da vida.

As primeiras palavras, o primeiro sorriso, as primeiras passadas são tudo um aprendizado para a construção de um novo caminho. E deveríamos ser uma verdadeira criança sempre. Aprender a dar os primeiros passos na escolha da profissão. Almejar ser um grande advogado, médico ou jornalista é fácil, mas antes temos que aprender a ser um médico, jornalista e advogado.

Esse aprendizado passa por escolhas, conquistas, desafios, frustrações, mas não morre nunca a esperança de vencer. Aprender a sorrir, e os mais velhos podem, imbuídos de sentimentos contraditórios e percepções errôneas, dizer: “Sorrir com o quê? Não consegui trocar meu carro, não consigo um bom emprego, continuo morando com os meus pais.” È, realmente, o aprender a sorrir tem que ser quando acorda e percebe que continua ao lado daqueles que te amam, quando olha para o teu corpo e vê que tens saúde para conquistar o mundo. Esse aprendizado não para e caminha com passadas lentas na escolha de um mundo mais justo.

É aí quando temos que ter humildade para a aprender a ensinar. Aprender que educar não é dizer sim e não, amar não é impor ou aceitar, viver não é fazer parte e sim aprender a lidar com o contraditório.

Certo dia, um homem teria sido condenado à forca por cometer crimes tributários contra sua nação. E no dia do seu enforcamento, estava toda a sua família presente, seus amigos e os curiosos que passavam naquela praça pararam para observar. Quando levantaram a guilhotina, o homem olhou para o rei e disse: “Como vai matar um homem que pode fazer um cavalo voar?”. Perplexo com o que tinha escutado, o rei pediu para que o homem fosse retirado da forca para lhe explicar o que tinha dito e o homem repetiu que poderia fazer o cavalo voar. O rei então pediu para buscar um cavalo e disse: “Agora o faça voar”. Aquele senhor olhou para o rei e falou: “Senhor, preciso de dois anos para treinar o cavalo e, se depois disso não conseguir, o senhor pode me matar e também matar minha família”. O rei resolveu aceitar o desafio e soltou aquele preso.

O caminho até em casa era só de reclamações dos familiares, que diziam que ele não iria conseguir e todos estariam mortos daqui a dois anos.

Chateado com aquelas indagações, o homem exclamou: “Antes eu tinha apenas dois minutos, agora tenho dois anos para estar ao lado da minha família, tenho dois anos para pensar o que vou dizer ao rei. Quem sabe o animal não morre e aí tenho mais dois anos para treinar um novo cavalo.

O rei também pode morrer nesse tempo e o que assumir me libertar desta pena”. Isso mostra o quanto este senhor aprendeu a gostar da vida, aprendeu com as palavras que uma vida não poderia ser retirada por um ato impensado. A vida está aí e nós é que temos o desafio de aprender com ela.


Fonte da foto: usstar.com.br

sábado, 12 de dezembro de 2009

Sonho Perdido




Olhando de longe, o que dá para observar é uma grande quantidade de pessoas de preto, mas, com a aproximação das câmaras, percebemos diferenças de raças, de cores e, a cada discurso, objetivos contraditórios. Estou me referindo à reunião do clima em Copenhague, na Dinamarca.
Esperávamos discursos coerentes e acordos animadores que viessem a contribuir com as gerações futuras, mas infelizmente o que vimos foram demonstrações de vaidade e jogos de interesse.


No fim bem próximo, todos pecarão pela omissão da caneta.
Bastava uma assinatura, uma palavra de bom senso, a consciência de resolver não problemas recentes, mas catástrofes futuras que vão matar aqueles que poderiam desfrutar a beleza da vida. Enganados aqueles que estão pensando que o homem destroi a natureza, os últimos acontecimentos demonstram que ela, sim, pode mudar o rumo do planeta. Onde só se havia terra virou rio, aqueles que nadavam na abundância da água hoje choram pelo desaparecimento do líquido.

Os ventos sopram numa velocidade impressionante e levam o que encontram pela frente, novas doenças aparecem sem nem o homem saber sua causa e de onde estão vindo. Isso me faz lembrar uma história de dois adolescentes que certo dia resolveram se separar para viajar o mundo. Os dois marcaram para se encontrar em determinado ano e país. Apaixonados por novas descobertas, eles seguiram. Vários dias e noites viajando, é chegada a hora do reencontro. E, no determinado local marcado pelos os dois, só foi possível reconhecer um ao outro pelos documentos.

Se a jovialidade de um era nítida ao primeiro olhar, isso não poderia ser observado no outro. A pele mais castigada e as marcas deixadas no rosto davam-lhe a aparência muito mais velha, apesar de terem a mesma idade. E durante uma conversa, o que aparentava ter mais idade perguntou para o outro: “O que sua visão enxergar naquele horizonte é meu, procurei neste tempo em que nos separamos trabalhar e acumular riquezas. E você o que fez?” E outro, com uma voz bem serena, disse: “Procurei fazer realmente o contrário. Passei todo este tempo observando, desfrutando as paisagens e as pessoas que encontrava pela frente, e acho que isso não tem preço”.

E realmente esse exemplo nos faz refletir sobre o que adianta os países como China e Estados Unidos apressarem o relógio da vida, nesta busca incansável por acúmulo de tecnologia e riqueza, se sua população já não aguenta mais sofrer com as angústias, sofrimentos e doenças da mente? Não basta vencer os outros, a luta incansável tem que ser para vencer a nós mesmos. A mudança tem que começar de dentro para fora.


É preciso reconhecer que estamos chegando ao limite da invenção, agora é reinventar os nossos conceitos e mudarmos para que filhos e netos não sofram com escolhas precipitadas. A esperança não morre, ela só servirá de espelho para aquilo que julgamos como vida.


Fonte da Foto: susanc33.blogspot.com