terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Orgulho de ser brasileiro




Dados divulgados recentemente sobre o índice Desenvolvimento Humano (IDH) classificam o Brasil na posição 84º de 187 nações avaliadas em todo o mundo. Estes dados são de um programa das Nações Unidas e os pontos analisados para classificar os países são expectativa de vida, escolaridade e renda média da população.


Se passarmos uma linha imaginária cortando o país, vamos encontrar, de um lado, fatores econômicos que nos colocam em posições privilegiadas नो प्लानेता.


Estamos entre as 20 nações com o maior poderio econômico do mundo, com um crescimento do Produto Interno Bruto que ultrapassa países da Europa। Chegamos até a doar dinheiro para países que enfrentam crises e tragédias naturais. Se, de um lado, despontamos economicamente, do outro, não conseguimos transformar esta quantia de dinheiro em investimentos sociais.

Mas como poderemos crescer socialmente se as autoridades políticas desviam por ano mais de R$ 80 bilhões dos cofres públicos? O dinheiro que deveria estar sendo empregado na educação, saúde e segurança está indo para o bolso de pessoas inescrupulosas que roubam a nação a qualquer hora do dia। Até quando seremos pacíficos com isto tudo? Aquele suspiro de democracia e de jovens conscientes que na década de 1990 invadiram as ruas brasileiras para pedir a saída do presidente Collor de Melo vai ficar marcada só nos livros.


Está longe de episódios como aqueles voltarem a acontecer, não por falta de provas e de escândalos, mas por causa da sociedade brasileira, que, hoje em dia, está impregnada do individualismo. “Se está bom pra mim o resto pode sofrer”, “não denuncio para não ser prejudicado lá na frente”, “não investigo por dever favores”, “não penalizo por amizade” e assim vamos silenciando os que buscam uma sociedade mais justa.

Os que poderiam servir de exemplos falam palavras que com o tempo se tornam ações, as ações, aos poucos, mudam os hábitos, os hábitos vão mudando a conduta e isto termina definido o destino da sociedade।

terça-feira, 9 de agosto de 2011

No topo do pêndulo




A natureza trabalha na sua capacidade máxima, colocando chuva em terras que nunca viram água, sol onde os cantos só avistavam gelo e mudando a rotina de pessoas que antes programavam sua vida com antecedências.

Mas é só ela que está trabalhando no seu limite? Um estudioso no tema ser humano lançava quase que mensalmente livros falando sobre o futuro da humanidade, o que deve ser feito para obter sucesso, quais doenças atingiram o planeta no futuro e assim conseguiu o sucesso que tanto almejava.


Os anos foram passando e aquele que, para muitos, era considerado um fenômeno em prever o futuro da humanidade parou de escrever. As editoras procuravam explicação, os leitores reclamavam, mas ele sempre dizia que estava cansado de rotina e agora iria procurar descansar e aproveitar o tempo que restava de vida. Na verdade, o escritor não sabia mais o que falar e nem muito menos conseguia prever o que iria acontecer nos próximos minutos.



O certo agora é incerto, a verdade de hoje é a mentira de amanhã, o previsível tempo agora dá espaço ao acelerado e louco relógio que não para de girar. Aquele estudioso foi considerado, por muito tempo, sábio falando sempre o óbvio, acreditando sempre na inércia da espécie. Pensar era para poucos, então, dominar sempre foi muito fácil.




O que dizer agora dessa geração que bebe desenfreada, se droga para esquecer os problemas, vive em função do sucesso, alimenta a alma de sentimentos perversos e não está preparada para o inesperado? Desfilavam, jogavam, cantavam esperando ouvir seu nome na multidão. Dinheiro para comprar, comer e fazer o que bem entender chega a todo instante e parece não saciar aquela cabeça confusa. Confusa de quê, se almejaram tanto isso? O que chegou em abundância parece agora não valer nada.




Passaram a entender que os colegas nunca foram amigos, que os conselhos eram para serem seguidos, que família não fazia volume, mas era a essência e a base de tudo para a felicidade. O pêndulo descerá um dia, não na mesma velocidade que subiu, mas lentamente, para que possamos deixar de lado a intolerância de tudo e para passarmos a amar intensamente o que fazemos e acreditamos ser melhor para o mundo.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sentinela da liberdade





O sentimento de liberdade parece ter florescido no ser humano de um jeito que não se admite mais aceitar imposições que venham a ferir o direito de enxergar o mundo de forma natural. Há vinte anos, não imaginávamos que líderes políticos autoritários fossem expulsos do poder por protestos populares que não aguentavam mais viver à sombra da escuridão.



Este despertar mental se deve a quê? Não aguentaram mais a dor da algema ou o mundo globalizado mostrou que viver de forma democrática é melhor? Infelizmente, a dor continuaria extirpando os sentimentos de quem vive na sombra da escuridão porque o ser humano parece se acomodar, sem nem ao menos questionar o que está acontecendo.



É verdade que a globalização fomentou este sentimento de cobrança, de questionamentos, do saber o que está acontecendo. A internet encurtou conhecimento, aproximou pessoas, mas é preciso vigiarmos esta liberdade que muitos pensam ter adquirido e que todas as pessoas precisam aceitar. Aquela maneira de protesto dos bombeiros no Rio de Janeiro passou de uma reivindicação para uma baderna.




Tiveram a liberdade de escolha quando decidiram ser bombeiro, estavam livres para dizer “Eu não aceito mais o salário que recebo e, por isso, não quero mais trabalhar”. Mas não tinham a liberdade de depredar o patrimônio público para chamar a atenção do governo. Filmar cenas de sexo com namoradas, noivas e depois que o relacionamento terminar exibir aquilo na internet, com a intenção de acabar com a moral de uma pessoa. Aquele momento de liberdade foi também de confiança, de paixão, de amor, mas que não dava o direito de expor com os outros aquele momento íntimo.




Os jovens e crianças hoje sentem prazer de brigar ou agredir alguém na escola para correr na esquina e postar na internet aquele momento de bravura. Essa geração tecnológica precisa sentir a ditadura para saber que as pessoas que lutaram naquela época buscavam liberdade para se expressar, para escolher o futuro do país. Santa Joana Darc buscava a liberdade dos justos e morreu sentindo na pele a dor de lutar pela liberdade.




Termina sendo um paradoxo mostrar estas duas faces da liberdade, mas elencaria milhares de pessoas que buscavam na essência da liberdade o prazer de ser feliz. Ou vigiaremos esta liberdade que se esconde em seres humanos medíocres e calculistas ou teremos um mundo baderno de hipócritas querendo ser heróis.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O poder sem poder






Parece contraditório, mas é o que está acontecendo nos países e instituições que vendiam pureza e inteligência exacerbada. As manchetes da morte do terrorista Osama Bin Laden e a beatificação do Papa João Paulo II são demonstrações de poder que não mais convencem uma sociedade que busca no saber pensar a resposta para omissões contadas.


O relógio avança e as eleições presidenciais fizeram com que o presidente Barack Obama encontrasse resposta para justificar os gastos com as investidas na busca de derrubar o líder da Líbia Muammar Gaddafi e as frustrações com as investidas na guerra contra o terror no Paquistão.


A oposição americana parece ter mudado a forma de agir e de pensar daquele homem que foi eleito no intuito de congregar nações e celebrar as diferenças raciais. Encontraram em Bin Laden a forma de aumentar a autoestima de um povo que está sendo bombardeado de dúvidas. Dúvidas se continuarão como maior potência do mundo, dúvidas se conquistaram a hegemonia com pilares da verdade, dúvidas de que são seres humanos ou máquinas de resultados.


Quando prenderam Sadan Hussein fizeram questão de filmar o seu enforcamento e divulgar para o resto do mundo. Por que com o Bin Laden resolveram jogar seu corpo no mar por respeito às tradições e a religião mulçumana? A verdade é que o momento justifica a morte de um dos homens que mostraram a fragilidade da segurança e acabou com o sossego da maior potência mundial. Bin Laden já não existe há muito tempo, mas para os americanos foi mais uma vitória da nação.



Esta ação desastrosa só proliferou os Bin Laden que nascem a todo instante nos países árabes e que sonham com a destruição de um povo que dorme e acorda com uma hegemonia que não existe mais.


Se uns comemoram o troféu da morte, outros procuram celebrar, em tempo recorde, a beatificação de um homem que não precisa de rituais e nem de festa para celebrar o que está vivo ainda. João Paulo II deixou para nós a essência da simplicidade e do amor ao próximo, mas se o momento não fosse de escândalos e de decadência, estaria vivo só na memória daqueles que comungam do mesmo pão.



De um lado, uma nação que pode omitir fatos, mas não pode mais acabar com incertezas, as frustrações e o medo do seu povo. Do outro, uma instituição que pode ainda extirpar sentimentos, mas não pode mais acabar com os escândalos provocados por ela mesma.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Calcular o incalculável



As mortes de crianças na escola de Realengo, no Rio de Janeiro, são o retrato de uma sociedade que procura nos números representar o incalculável prejuízo causado por ela mesma. Antecipar campanha do desarmamento e aumentar a segurança nas escolas são medidas paliativas que não vão conter o que está entranhado na mente doente de seres humanos que alimentam a desilusão, o preconceito e a falta de oportunidade ao espírito perverso.


A prova da ineficácia destas ações está nas medidas adotadas pelos Estados Unidos para conter este desequilíbrio, mas, vez por outra, o problema volta a acontecer. Trilhões foram gastos na guerra do Afeganistão e do Iraque na tentativa de acabar com o terrorismo e até hoje a população destes países sofre com a insegurança e sonha na esperança de dias melhores. Calcularam o armamento que iriam usar, quanto seria gasto, o que ganhariam com esta guerra, mas esqueceram que do outro lado estavam mentes com poderes incalculáveis dispostas a morrer pelo troféu do sofrimento.


É muito fácil calcular ações imediatistas: controlando a venda de armas, diminuiremos mortes; aumentando o número de segurança, controlaremos os atos de violência. Mas não é de imediatismo que alimentamos a mente humana. Se dermos liberdade de escolha de religião ou sexualidade, por exemplo, vamos ter mentes menos oprimidas. Se escutarmos mais antes de punir, estas mentes pensarão antes de tomar uma ação. Se dermos amor de forma exagerada, aí nem espaço estas mentes terão para colocar pra fora sua perversidade.


Cada ato de extremismo e cada corpo enterrado são provas da incalculável dor da ausência de uma família, da privação imposta por uma sociedade que só enxerga os valores materiais. Ou aprendemos a conviver com as diferenças ou lutaremos numa guerra de mortes incalculáveis.

terça-feira, 22 de março de 2011

O mundo incompleto de Jesus


Foi com esta frase que um lavrador resumia a história do mundo criado por Jesus. No primeiro momento, acreditei ser um desabafo de um homem que já vinha sofrendo as consequências desta sociedade avassaladora. Aquela frase me deixava inquieto e eu não parava de pensar em respostas. Aquela primeira impressão de um homem sofrido, cansado de ouvir não de uma sociedade preconceituosa e castradora de valores, agora, dava lugar a uma reflexão de descrédito com tudo que tinha sido criado com muito amor pelo Pai. O sentimento de dúvida tinha sido criado e não poderia deixar que se permeasse por muito tempo. Depois de reflexões, passei a compreender que aquele homem tinha me deixado uma grande mensagem. Deus criou os rios sem as pontes, a natureza sem as estradas e os campos sem casas. As águas estão correndo ali e você dirá se quer morrer afogado ou irá lutar para construir sua ponte. O verde da natureza foi dado, agora, cabe a você construir sua estrada. Edifique sua casa nos campos que foram deixados. Você terá o livre arbítrio de edificar seu lar com verdade, com amor, alegria e tudo que te faça feliz. O incompleto se tornou perfeito a partir do momento que compreendi que basta um ato omisso ou perverso para que histórias e sentimentos sejam carregados pela água da correnteza. A estrada foi aberta, mas, se por acaso, deixei a humildade de lado e passei por cima de tudo que encontrei pela frente, esta estrada prosseguirá, só que desta vez com idas e vindas. Comecei a edificar a minha casa e o material que utilizei foi a inveja, foi a discórdia, consequentemente, os moradores serão seres humanos acostumados a viver sob a sombra do outro, serão vazios e nunca encontrarão a felicidade. Viva o incompleto de Jesus buscando sempre a perfeição do sentimento construído por ele, o amor.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Hipocrisia: o cargo eterno dos mortais


A passagem da faixa presidencial de Lula para Dilma, no início do ano, marcava não só uma despedida dos privilégios do cargo para ele, mas uma pausa na hipocrisia humana. O pior é isso fará falta para aqueles que vivem sobrecarregados de ilusões deste mundo.


Os olhos cheios de lágrimas do ex-presidente Lula pareciam não acreditar que, após aquele momento, as pessoas não chorariam mais por discursos banais, sem contexto ou popular, como queira utilizar para definir o vazio.


A pressa em não esperar o discurso de posse era para escutar o grito “Ôlê, ôlê, olé, olé, olá, Lula, Lula...”, que talvez agora só passe a escutar o eco da sua consciência. O aperto de mão e os abraços longos eram como se dissessem: “A partir de hoje não sou mais ninguém. Não tenho poder de compra, não tenho mais aquela mão pesada para contratar e nem demitir, voltarei a ser Luiz Inácio da Silva e não mais o ‘Lulinha’”, como diziam os hipócritas. O gosto pelo poder faz estas pessoas, muitas vezes, esquecerem que são mortais.


Mentem para agradar a amigos e inimigos, omitem para camuflar as fraquezas, escondem o passado obscuro para construir um futuro sem lei. Só conseguirão se libertar quando olharem para dentro, porque a partir do momento que continuarem olhando para fora, vão sonhar com um mundo fantasioso.


A única certeza que temos como ser humano é a da morte, por isso, é dada a importância da construção de um passado alicerçado no princípio da verdade, da ética, dos valores morais e humanos, para que o presente sirva só para conduzir as coisas com amor.


O futuro não mais pertence a nós, poderá ser que não estejamos mais aqui, e aí as contas da vida não serão prestadas, mas responderemos pelo o que foi construído neste teste de início, meio e fim.