A passagem da faixa presidencial de Lula para Dilma, no início do ano, marcava não só uma despedida dos privilégios do cargo para ele, mas uma pausa na hipocrisia humana. O pior é isso fará falta para aqueles que vivem sobrecarregados de ilusões deste mundo.
Os olhos cheios de lágrimas do ex-presidente Lula pareciam não acreditar que, após aquele momento, as pessoas não chorariam mais por discursos banais, sem contexto ou popular, como queira utilizar para definir o vazio.
A pressa em não esperar o discurso de posse era para escutar o grito “Ôlê, ôlê, olé, olé, olá, Lula, Lula...”, que talvez agora só passe a escutar o eco da sua consciência. O aperto de mão e os abraços longos eram como se dissessem: “A partir de hoje não sou mais ninguém. Não tenho poder de compra, não tenho mais aquela mão pesada para contratar e nem demitir, voltarei a ser Luiz Inácio da Silva e não mais o ‘Lulinha’”, como diziam os hipócritas. O gosto pelo poder faz estas pessoas, muitas vezes, esquecerem que são mortais.
Mentem para agradar a amigos e inimigos, omitem para camuflar as fraquezas, escondem o passado obscuro para construir um futuro sem lei. Só conseguirão se libertar quando olharem para dentro, porque a partir do momento que continuarem olhando para fora, vão sonhar com um mundo fantasioso.
A única certeza que temos como ser humano é a da morte, por isso, é dada a importância da construção de um passado alicerçado no princípio da verdade, da ética, dos valores morais e humanos, para que o presente sirva só para conduzir as coisas com amor.
O futuro não mais pertence a nós, poderá ser que não estejamos mais aqui, e aí as contas da vida não serão prestadas, mas responderemos pelo o que foi construído neste teste de início, meio e fim.
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