domingo, 13 de outubro de 2013

Quem sou eu?





Não sei quem eu sou quando me vejo, mas sei quem sou quando estou perto de você. Posso até ser um nada, mas prefiro acreditar que somos a razão de nossas vidas.

Não desfrutei o amor o quanto é necessário para compreender que não há velocidade para se ter, é preciso paciência para se conquistar.

Só ele me faz sorrir ou chorar.

Só ele cicatriza minhas feridas ou abre uma fenda no meu coração.

Só ele é testemunha do meu amor ou juiz da minha incapacidade para amar.

Só ele é capaz de projetar um bando de verdades ou referendar a mim como uma grande mentira.

Afinal, quem sou eu?

Eu sou o tempo, inquilino de suas ações, parceiro de sua estupidez, a sombra de tua solidão, a ingratidão de teus atos, porém, sou capaz de refazer vidas.
Reconstrua o seu hoje, acredite, você é capaz de construir o seu próprio tempo.

quarta-feira, 20 de março de 2013

As rosas choram




Seu cheiro encanta, sua energia transcende barreiras, nasceram para serem cuidadas e amadas . A rosa mais importante deste universo, mãe Maria, chora com tanta maldade cometidas com suas filhas.

A conquista profissional e o espaço adquirido no seio social são plausíveis, mas que não resumem a essência deste grande ser, pois nos deparamos ainda com uma violência estarrecedora contra mulheres em Pernambuco e no país.

Dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) mostram que no ano de 2012 mais de 200 mulheres foram assassinadas em Pernambuco e a maioria destes crimes é passional.
Os avanços profissionais e o pagamento igualitário do salário nada mais são do que um alento a um ser que merece muito mais.

O homem transformou este universo perverso e para a sua transformação necessitamos da garra e coragem da mulher para combatermos as incertezas, os preconceitos; da sua paciência para entendermos que tudo está escrito e o futuro não nos pertence; do seu lado afetivo para podermos acolher os mais necessitados; do ser mãe para podermos cuidar melhor das nossas crianças afastando-nos das drogas e da violência; da sua capacidade em desempenhar várias funções e lutarmos juntos contra a corrupção, contra miséria, contra as guerras... É você mulher que vai nos mostrar que tudo passa e por isso precisamos fazer as coisas com amor.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O país das eleições




Nem nos acostumamos ainda com os novos prefeitos, mal as brigas políticas e desavenças começaram a se acalmar e já vem a discussão de quem vai administrar o país daqui a quatro anos.

O processo eleitoral virou comércio, em que as empresas e as pessoas que vivem disso passaram a se programar como se prepara para um carnaval. Se existe todo ano, então vamos deixar certo já quem confecciona as fantasias, quem planeja os temas, quem vai angariar os recursos e assim está montado o desfile.

O resultado precipitado desta busca pelo poder tem causado danos irreparáveis à nação. O nosso Produto Interno Bruto (PIB) só cresceu 1% em 2012, deixando-nos lá em baixo da tabela se compararmos a outros países da América Latina.
As grandes obras que poderiam mudar a realidade de algumas regiões, como a transposição do rio São Francisco, tão esperada pelos nordestinos, passaram um bom tempo paradas e o custo da obra só aumentando. O Senado e a Câmara ainda não votaram o orçamento 2013 e o que se vê são conjunturas políticas para ocupar cargos e chegarem com força na disputa eleitoral. Desse jeito pode se esperar que o Brasil se configure como nação do futuro? O pensar política não pode interferir na governabilidade.

Ou o patrão está de dentro para tomar as medidas necessárias ou em casa sem dono todo mundo dita as regras e vale quem gritar mais alto. O estímulo ao consumo tem que vir aliado aos investimentos internos que fomentem o desenvolvimento. A hora de vender o Brasil lá fora não é essa até porque a casa está desarrumada. Não estamos conseguindo atender a demanda interna, falta mão de obra capacitada, mas os nossos políticos parecem não estar nem aí e só pensam em viajar e discutir eleição.

Pobre trabalhador brasileiro... trata esta nação como se fosse aquele grande amor não correspondido. Você deu asa para que ela voasse, motivo para que ela voltasse e razão para que ela ficasse. Mas como na vida tudo não são só flores, ela fez das asas o caminho mais curto para os mal feitores, deu motivo para que eu nunca mais quisesse de novo, e razão para que eu entendesse que aquele amor nunca foi pra mim. Nossos políticos fazem tudo isto, mas em terra de um povo de memória curta, este amor será sempre regado a cada 2, 3, 4 anos e se não for a vida inteira.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Alegria, tristeza e mistério



Foi assim mesmo que o mundo ficou ao saber da renúncia do papa Bento XVI. Em pleno carnaval, umas das festas mais comemoradas pelos brasileiros, a notícia, mais que planejada, foi anunciada para que não tivesse tanto impacto e fosse esquecida logo pelo país mais católico do mundo.

Em algumas religiões, a notícia foi tratada com alegria, já que a saída de um líder expõe a fragilidade em um sistema e demonstra que algo de errado deve estar ocorrendo. Como em qualquer empresa que gera lucro e precisa manter clientes, a mudança foi a forma imediata de camuflar o que há anos vem prejudicando a igreja: o conservadorismo e suas opiniões retrógradas.

Já não se consegue mais penetrar no imaginário das pessoas como antigamente. O celibato passou de uma tradição, filosofia ou até um dogma, para uma despesa e derrocada da imagem da igreja – e isto já gera controvérsia dentro da própria cúpula eclesiástica. A proibição da construção de uma família segue os princípios deixados por Deus ou o fator econômico fala ainda mais alto numa briga judicial após a morte de um servo? Bento XVI, mesmo com idade avançada e condições físicas difíceis de cumprir com as missões da igreja, ainda desfruta uma capacidade enorme de entender o que está ocorrendo e só não suportou a pressão que estava sofrendo.

O papa João Paulo II já não possuía capacidade de se expressar tão bem, não andava sem a ajuda de pessoas, tinha dificuldade enorme de comparecer a atos públicos e foi mantido no cargo até a sua morte. Ao seu lado estavam a simplicidade, as ações sociais e o bom relacionamento com as instituições e líderes mundiais. Talvez por tanto legado e uma opinião temida por muitos foi mantido até o fim da vida no cargo.

As religiões enfrentam batalhas que mais parecem clubes de futebol. A essência dos princípios deixados por Deus é deixada de lado e a propagação do doar para viver bem em outro lado ou se sacrificar economicamente – doando o que tem e até o que não tem – com o intuito de ter em dobro tudo ainda nesta vida mostra a fragilidade das religiões e entristece quem veio ao mundo só para propagar o amor e nada mais. Ou edificam templos mostrando que tudo isto é passageiro e que somos guiados por um único Deus que ama independente da cor, etnia, religião, ou viraremos seres vazios guiados por falsos profetas.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

A pedra que mata




O caminho obscuro percorrido por alguns jovens e adolescentes do interior de Pernambuco tem deixado as famílias e as autoridades ligadas à área de segurança do Estado em alerta. O crack hoje está presente em mais de 90% dos municípios brasileiros e já é a droga preferida dos traficantes pelo alto poder de dependência que causa nas vítimas.

O Disque Denúncia Agreste, que foi criado em 2002, em Caruaru, no Agreste do Estado, contabilizou nestes dez anos de trabalho um aumento de 225% no número de denúncias relacionadas ao crack. São pessoas que identificam pontos de distribuição e consumo da droga e imediatamente acionam o órgão para que, em parceria com as Polícias Militar e Civil, sejam iniciadas as investigações. O sucesso desta parceria pode ser comprovado nos dados divulgados pela Secretaria de Defesa Social (SDS), que apontam um aumento de mais de 100% nas apreensões de crack de 2011 em comparação com o mesmo período de 2012.

Esses são exemplos de políticas de segurança importantes no combate a esta epidemia que se tornou o crack, mas é preciso também que sejam acompanhadas de políticas sociais. Os Centros de Reabilitação para Jovens, como o Caud, que é mantido pelo governo do Estado e já existe em Caruaru, ainda disponibiliza um quantitativo de vagas insuficiente para atender toda a região.

Se observarmos criticamente, será possível perceber que estão procurando soluções para o problema quando ele já existe e não na forma preventiva. O fechamento de alguns postos da Polícia Rodoviária Federal, que estavam espalhados em pontos estratégicos, como rodovias que dão acesso às cidades do Sertão, tem facilitado a entrada da droga nas cidades.

O trabalho de esclarecimento e apoio que deveria ser dado pelos professores em salas de aula não pode ocorrer por falta de preparação dos docentes que não sabem lidar com este tipo de situação. Esta incumbência terminou parando em projetos desempenhados pela Polícia Militar, que não pode atingir um grande número de escolas e municípios por causa de efetivo e estrutura.

Vamos transformar este bom momento que vive Pernambuco com a chegada de investimentos público-privados e cobrar melhorias nas áreas sociais. Esta pedra não pode enterrar o futuro dos nossos jovens.

Educação à beira de um abismo





O Brasil pode estar dando um passo para o abismo na educação do país. Este novo projeto de Lei de Cotas, que passou pela Câmara, Senado e foi sancionado pela presidente Dilma, vai separar metade das vagas disponíveis nas federais do país para os alunos oriundos de escolas públicas.

Esse número será distribuído segundo a cor da pele ou etnia do candidato deixando de lado o critério de desempenho escolar. Isto é mais uma medida popular e imediatista que busca, ao término de quatro anos de um governo, apresentar para a sociedade números elevados de pessoas que estão cursando o ensino superior.
O Brasil tem hoje 2.341 instituições de ensino superior públicas e privadas. Este projeto vai afetar 59 instituições federais, incluindo os ensinos médio e profissionalizante ligados ao Ministério da Educação. E é justamente das instituições públicas estaduais e federais que saem 86% dos artigos científicos publicados internacionalmente e que contribuem com as descobertas científicas do país.

Estão esquecendo que jovens que hoje estudam em escolas particulares não por opção, mas porque o ensino público está sucateado, estão se matando de estudar para garantir uma vaga em concorridíssimos vestibulares das universidades federais para, no futuro, conseguirem emprego neste perverso mercado de trabalho. Eles serão penalizados, porque foi a única forma que o governo escolheu para sair bem na foto e justificar crescimento e não o avanço no próximo pleito eleitoral.

Não é desta forma que se dá oportunidade aos mais pobres ou às classes menos desfavorecidas da sociedade não. Os pais que colocam os filhos nas escolas particulares não deixaram de pagar impostos não. Esse dinheiro deve passar a ser melhor empregado no ensino fundamental e médio das escolas públicas e aí, desta forma, estes adolescentes vão conseguir o que hoje só conseguem os que pagam para ter o estudo de qualidade.
 
Mas se já exportamos tanta coisas, contratar mão de obra capacitada será só mais uma no ranking do Brasil dos políticos maldosos e de uma população inocente.

Meu querido povo




Esta frase talvez tenha sido a mais utilizada pelos políticos durante o período eleitoral. Carregada de sentimentos demagógicos, talvez só hoje, com o fim do processo de escolha dos prefeitos e vereadores, alguns eleitores puderam perceber que aquilo tudo não passava de uma troca de favores: o voto pela manutenção do poder.



Não para de aumentar o número de prefeituras que o Ministério Público de Pernambuco passou a investigar e recomendar contratação de servidores que foram demitidos após o período eleitoral com o intuito de prejudicar serviços básicos como educação e saúde.

A desculpa dos derrotados para tanta demissão seria cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e assim entregar a gestão quitada com os débitos e as obrigações em dia. Não dá para entender que no início do ano essas mesmas prefeituras, que hoje demitem, contratavam servidores, abriam concurso, mantinham médicos nas unidades para não deixar brecha para oposição questionar nada.

Não estavam fazendo mais que obrigação, porque verbas federais e estaduais chegam para todos estes serviços. O IPTU continua sendo cobrado, então, não é mérito pra ninguém cumprir com a obrigação. Estes fatos só comprovam que a política de cabresto, camuflada em uma ditadura democrática, ainda existe e está longe de acabar.

A penalidade imposta pelas nossas leis é muito branda para quem vem cometendo estas atrocidades. Por isso, eles voltarão daqui a algum tempo e aí o povo querido já nem lembra mais do ocorrido e elegem estes maus políticos. Não dá para dar as costas para a política e dizer que, a partir de agora, votará nulo, desligará a televisão e o rádio nos horários eleitorais porque a política, seja ela partidária ou não, na sua essência, faz parte do nosso dia a dia, influencia na nossa educação, na nossa economia na forma de se viver em sociedade.

Façamos com ela a mesma reflexão que fazemos com a vida. A seca e as enchentes nada mais são do que o reflexo da maneira que estamos tratando o meio ambiente. O mau político é o espelho das atitudes assistencialistas, do voto pelo emprego, da escolha pela manutenção do poder. E aí ou mudamos a forma de viver a política ou ela nos levará para a escuridão do ser.

A morte familiar




É quase que diário o número de fatos estarrecedores que vêm acontecendo na capital pernambucana e no interior do Estado. Pais estuprando filhas, idosos presos tentando estuprar menores, agressões familiares e filhos que abandonam os pais idosos para ficar com o dinheiro da aposentadoria são fatos que deixaram de ser exceções para virar cotidiano – e quando nós paramos e observamos o que está acontecendo parece o fim do mundo mesmo.

O fim do mundo não quer dizer a extinção da espécie no planeta terra, mas o fim de uma geração que agrega os valores humanos ao dinheiro, que a essência da família não passa de um aglomerado de pessoas, de jovens que definem mártires pela beleza.

Recentemente veio à tona o fato da jovem catarinense que vendeu a sua própria virgindade. Alguns teóricos e filósofos ouvidos sobre o tema acreditam em um mercado onde o dinheiro compra tudo e outros afirmam que os princípios morais de um ser humano estão longe de serem moedas de troca. Esta fantástica discussão, muito pertinente para o momento em que estamos vivendo hoje, demonstra só a ausência da família na hora de construir aquele ser para um mundo feroz.

Mudar a forma de se viver em sociedade olhando sempre o caminho da coletividade, do doar sem olhar a quem, do perdão, não é colocado em prática e aí quando os pais põem suas ovelhas para que os lobos criem, o que elas poderiam aprender, se não o matar por dinheiro, a escolher pelos outros, ao descriminar pela cor, sexo ou classe social.

O livre arbítrio ou liberdade que nós temos para fazer e trilhar as nossas vidas não pode ser jogado para que jovens sem consciência nenhuma e maturidade para entender conflitos complexos escolham o que vão fazer de suas vidas sem antes ouvirem uma orientação.

Ou guiaremos estes seres inocentes para que no futuro as escolhas possam ser norteadas por princípios éticos e morais pensando numa vida mais justa ou serão máquinas guiadas por manobristas viciados em destruir o que foi criado com tanto amor.

O esperado 2013





Se fosse um filme, talvez o gênero ainda não pudesse ser definido. Começou sendo uma história de contos de fadas onde tudo iria ser melhor. A economia iria crescer e, consequentemente, os investimentos seriam aumentados em benefício da população. Foram se passando os meses, aí vem a crise que terminou assolando os países considerados potências mundiais e os economistas já não sabiam mais o que dizer.


Mas se o período era de eleição, vamos “chutar” os números para cima. Não seremos afetados, isso que ocorre lá fora não afeta mais um país de economia sólida. A palavra da vez é o otimismo. E o que dizer das chuvas que mataram as pessoas que moram em áreas ribeirinhas e a seca que dizimou animais e seres humanos? O jeito foi colocar a culpa em São Pedro, que não mandou chuva onde precisava ou mandou demais onde não era para chover. Os roteiristas já começaram a mudar o rumo da história e de conto de fadas já virou um drama.

Aí chega o segundo semestre de 2012 e, com o período de eleições se aproximando, começam os projetos de mudança das cidades, tudo pode acontecer com grandes transformações em áreas como saúde e educação; construções de novos hospitais, escolas e as construções de casas para os favelados não podiam ficar de fora dos projetos ambiciosos dos políticos. O que dizer deste filme? Mudamos de roteiro ou seguiremos essa trama? Deixa pra lá... o que importa é que a história está sendo bem contada. Fim de ano chegando, festas pra tudo que é lado e ninguém nem se lembra depois de comentar que o filme não seguiu roteiro.


Só que ninguém contava com o agravamento da crise, a matança por dinheiro, por droga e pelo poder também não estava no script, então o jeito foi empurrar o otimismo para o próximo ano. Não deu mesmo e por causa destes últimos episódios vamos esperar 2013 que tudo será diferente. Gente, não quero sentar na poltrona e ver o “repeteco” desse filme na sessão da tarde não. Quando comentaram que seria um ano bom, enganaram porque sabiam que ainda não estamos preparados para receber as “divindades” deste crescimento prometido. Como posso crescer se o dinheiro público beneficia poucos através dos “jeitinhos”, para não dizer dos roubos que acontecem nesta nação.


Períodos mais chuvosos ou de seca teremos sempre, agora é preciso dizer que o dinheiro, que seria investido nas ações de prevenção de encostas, retirada das pessoas que moram em áreas ribeirinhas, na contratação de carros pipas, não foi bem aplicado e por isso voltaremos a repetir os mesmos erros dos anos anteriores. A violência continuará crescendo embalada por uma sede de poder que não acaba mais, porque se quem estuda e trabalha honestamente vive na pobreza, então vão continuar buscando meios obscuros para poder crescer, vão ser políticos ou outra coisa assim.

Só mudaremos esta realidade quando a transformação começar pelas pessoas. O filho que tem família aprende, desde cedo, lições de conduta ética e moral. A escola e os educadores serão só condutores de uma construção que começou em casa. Será desta forma que poderemos abrir a porta e entregar nossas crianças ao mundo porque saberemos que lá fora não teremos mais gente pedindo migalha para trocar voto por esperança. Aqueles que pensarem em enganar o povo em benefício próprio talvez nem exista porque a verdade vai doer na sua consciência.


Ou começamos agora a mudar a si mesmo ou 2013 será uma comédia com final de terror como estamos acostumado a ver.