Se fosse um filme, talvez o gênero ainda não pudesse ser definido. Começou sendo uma história de contos de fadas onde tudo iria ser melhor. A economia iria crescer e, consequentemente, os investimentos seriam aumentados em benefício da população. Foram se passando os meses, aí vem a crise que terminou assolando os países considerados potências mundiais e os economistas já não sabiam mais o que dizer.
Mas se o período era de eleição, vamos “chutar” os números para cima. Não seremos afetados, isso que ocorre lá fora não afeta mais um país de economia sólida. A palavra da vez é o otimismo. E o que dizer das chuvas que mataram as pessoas que moram em áreas ribeirinhas e a seca que dizimou animais e seres humanos? O jeito foi colocar a culpa em São Pedro, que não mandou chuva onde precisava ou mandou demais onde não era para chover. Os roteiristas já começaram a mudar o rumo da história e de conto de fadas já virou um drama.
Aí chega o segundo semestre de 2012 e, com o período de eleições se aproximando, começam os projetos de mudança das cidades, tudo pode acontecer com grandes transformações em áreas como saúde e educação; construções de novos hospitais, escolas e as construções de casas para os favelados não podiam ficar de fora dos projetos ambiciosos dos políticos. O que dizer deste filme? Mudamos de roteiro ou seguiremos essa trama? Deixa pra lá... o que importa é que a história está sendo bem contada. Fim de ano chegando, festas pra tudo que é lado e ninguém nem se lembra depois de comentar que o filme não seguiu roteiro.
Só que ninguém contava com o agravamento da crise, a matança por dinheiro, por droga e pelo poder também não estava no script, então o jeito foi empurrar o otimismo para o próximo ano. Não deu mesmo e por causa destes últimos episódios vamos esperar 2013 que tudo será diferente. Gente, não quero sentar na poltrona e ver o “repeteco” desse filme na sessão da tarde não. Quando comentaram que seria um ano bom, enganaram porque sabiam que ainda não estamos preparados para receber as “divindades” deste crescimento prometido. Como posso crescer se o dinheiro público beneficia poucos através dos “jeitinhos”, para não dizer dos roubos que acontecem nesta nação.
Períodos mais chuvosos ou de seca teremos sempre, agora é preciso dizer que o dinheiro, que seria investido nas ações de prevenção de encostas, retirada das pessoas que moram em áreas ribeirinhas, na contratação de carros pipas, não foi bem aplicado e por isso voltaremos a repetir os mesmos erros dos anos anteriores. A violência continuará crescendo embalada por uma sede de poder que não acaba mais, porque se quem estuda e trabalha honestamente vive na pobreza, então vão continuar buscando meios obscuros para poder crescer, vão ser políticos ou outra coisa assim.
Só mudaremos esta realidade quando a transformação começar pelas pessoas. O filho que tem família aprende, desde cedo, lições de conduta ética e moral. A escola e os educadores serão só condutores de uma construção que começou em casa. Será desta forma que poderemos abrir a porta e entregar nossas crianças ao mundo porque saberemos que lá fora não teremos mais gente pedindo migalha para trocar voto por esperança. Aqueles que pensarem em enganar o povo em benefício próprio talvez nem exista porque a verdade vai doer na sua consciência.
Ou começamos agora a mudar a si mesmo ou 2013 será uma comédia com final de terror como estamos acostumado a ver.
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