quinta-feira, 14 de julho de 2011

Sentinela da liberdade





O sentimento de liberdade parece ter florescido no ser humano de um jeito que não se admite mais aceitar imposições que venham a ferir o direito de enxergar o mundo de forma natural. Há vinte anos, não imaginávamos que líderes políticos autoritários fossem expulsos do poder por protestos populares que não aguentavam mais viver à sombra da escuridão.



Este despertar mental se deve a quê? Não aguentaram mais a dor da algema ou o mundo globalizado mostrou que viver de forma democrática é melhor? Infelizmente, a dor continuaria extirpando os sentimentos de quem vive na sombra da escuridão porque o ser humano parece se acomodar, sem nem ao menos questionar o que está acontecendo.



É verdade que a globalização fomentou este sentimento de cobrança, de questionamentos, do saber o que está acontecendo. A internet encurtou conhecimento, aproximou pessoas, mas é preciso vigiarmos esta liberdade que muitos pensam ter adquirido e que todas as pessoas precisam aceitar. Aquela maneira de protesto dos bombeiros no Rio de Janeiro passou de uma reivindicação para uma baderna.




Tiveram a liberdade de escolha quando decidiram ser bombeiro, estavam livres para dizer “Eu não aceito mais o salário que recebo e, por isso, não quero mais trabalhar”. Mas não tinham a liberdade de depredar o patrimônio público para chamar a atenção do governo. Filmar cenas de sexo com namoradas, noivas e depois que o relacionamento terminar exibir aquilo na internet, com a intenção de acabar com a moral de uma pessoa. Aquele momento de liberdade foi também de confiança, de paixão, de amor, mas que não dava o direito de expor com os outros aquele momento íntimo.




Os jovens e crianças hoje sentem prazer de brigar ou agredir alguém na escola para correr na esquina e postar na internet aquele momento de bravura. Essa geração tecnológica precisa sentir a ditadura para saber que as pessoas que lutaram naquela época buscavam liberdade para se expressar, para escolher o futuro do país. Santa Joana Darc buscava a liberdade dos justos e morreu sentindo na pele a dor de lutar pela liberdade.




Termina sendo um paradoxo mostrar estas duas faces da liberdade, mas elencaria milhares de pessoas que buscavam na essência da liberdade o prazer de ser feliz. Ou vigiaremos esta liberdade que se esconde em seres humanos medíocres e calculistas ou teremos um mundo baderno de hipócritas querendo ser heróis.

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