quinta-feira, 16 de julho de 2009

A gripe atingiu a crise




O mundo está estagnado diante da última doença apresentada à população. A gripe suína, ou a gripe A como a Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou, conseguiu, em poucos dias, fazer com que as pessoas esquecessem a crise econômica.

Reflexo de um mundo capitalista, os meios de comunicação não só estão informando, como também causando terror em todo o mundo. O que dizer diante destes dados: OMS diz que AIDS mata 2,2 milhões de pessoas por ano; Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) afirma que 50 mil casos de câncer de mama são detectados por ano, sendo 12 mil mortes em decorrência da doença no mesmo período; 1,2 milhões de pessoas morrem nas estradas do país todos os anos.


Esses não seriam os dados que deveríamos estar discutindo e alertando as autoridades? A gripe foi a alternativa encontrada pelas grandes potências para conseguirem liberação de recursos, fazer com que a população volte a consumir e aquecer alguns setores que vinham sofrendo com a crise.

Certo dia, assistia a um programa de entrevistas com uma grande cantora brasileira e durante um determinado momento, ela foi questionada pelo apresentador sobre qual seria o seu sonho. A cantora respondeu que chegou a ficar preocupada quando conseguiu realizar um grande sonho da sua vida que era ter um avião. Essa resposta me fez refletir sobre qual a nossa missão aqui na terra. Quantas pessoas já conseguiram o que sempre almejaram e hoje estão à mercê de uma sociedade extremamente capitalista e castradora de valores?

Penso que não morremos para a vida, mas nascemos para a morte da injustiça, desigualdade, omissão e inveja. A crise econômica só veio ratificar a vulnerabilidade dos países considerados potências econômicas. Não basta mais se reunir, visitar e discursar utopias. Ou abrimos os olhos para os acordos, conciliações e os problemas sociais, ou nos tornaremos verdadeiras árvores artificiais, vulneráveis à maldade dos homens.

O Brasil clama por revoluções no sistema educacional, a África chora com fome, o Iraque pede socorro de justiça, a Venezuela sonha com a liberdade. Não adianta mais somar, diminuir, multiplicar, porque não somos números, aprendemos sim, de forma errada, a conviver com eles. Ouviremos por alguns meses a lista de mortes e países contaminados aumentar porque está tudo correndo como planejado.


Já foi a vaca, o frango e agora o porco. Qual será a próxima espécie?

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