quinta-feira, 16 de julho de 2009

A destruição de um sonho




A decisão do Supremo Tribunal Federal deixou vulnerável uma categoria que há 40 anos foi regulamentada. A legitimidade do diploma para o exercício da profissão foi questionada pelos pseudojornalistas, que querem repassar a ideia para uma pequena parcela da população que a profissão de jornalismo é meramente técnica.

Esses pseudojornalistas não souberam aproveitar o tempo acadêmico, tempo este que constrói uma identidade cultural, faz do profissional não este que está no mercado de trabalho à procura de tragédias para sobreviver, mas aquele que tem uma percepção do ser.

Se há uma profissão que precisa do conhecimento acadêmico para exercê-la esta é o jornalismo. Trabalhamos com o ser humano e precisamos, mais do que nunca, entender que existe coisa que a técnica não constrói, como a ética e a valorização do ser humano. As pessoas precisam ser tratadas não como produtos do meio, mas como peça fundamental na formação de ideias para um mundo melhor.

Casimiro de Abreu, no seu poema Meus Oito Anos, dizia assim: “Que saudade eu tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida”. A pureza da infância lembra nossos tempos de academia, quando acreditamos construir um mundo mais justo, denunciar as barbaridades políticas, lutar contra os padrões impostos pela sociedade para, aí sim, pensar em criar um senso crítico capaz de fazer do ser humano não massa dominadora da elite, mas uma criatura conhecedora dos seus valores.


O mundo contemporâneo tem levado os pseudojornalistas a buscarem problemas sem soluções, a exporem o ser humano a situações às vezes constrangedoras, o sensacionalismo é a marca da sua incompetência. Eles têm que lutar para continuarmos sempre terceiro mundo, porque seus empregos estarão garantidos por um bom tempo.

Um comentário:

  1. Caro Diego,

    Brincava de telejornal com meu filho de 7 anos e ele só dava notícias ruins. Após eu dar 3 notícias boas ele me advertiu: Papai, os jornais não são assim. Eles só dão notícias ruins: terremotos, vilência, atentados e "cheias". E eu pensei: Infelizmente, ele tem razão.
    Parabéns pelo blog! Abraços vc e Iraê!

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