terça-feira, 9 de agosto de 2011

No topo do pêndulo




A natureza trabalha na sua capacidade máxima, colocando chuva em terras que nunca viram água, sol onde os cantos só avistavam gelo e mudando a rotina de pessoas que antes programavam sua vida com antecedências.

Mas é só ela que está trabalhando no seu limite? Um estudioso no tema ser humano lançava quase que mensalmente livros falando sobre o futuro da humanidade, o que deve ser feito para obter sucesso, quais doenças atingiram o planeta no futuro e assim conseguiu o sucesso que tanto almejava.


Os anos foram passando e aquele que, para muitos, era considerado um fenômeno em prever o futuro da humanidade parou de escrever. As editoras procuravam explicação, os leitores reclamavam, mas ele sempre dizia que estava cansado de rotina e agora iria procurar descansar e aproveitar o tempo que restava de vida. Na verdade, o escritor não sabia mais o que falar e nem muito menos conseguia prever o que iria acontecer nos próximos minutos.



O certo agora é incerto, a verdade de hoje é a mentira de amanhã, o previsível tempo agora dá espaço ao acelerado e louco relógio que não para de girar. Aquele estudioso foi considerado, por muito tempo, sábio falando sempre o óbvio, acreditando sempre na inércia da espécie. Pensar era para poucos, então, dominar sempre foi muito fácil.




O que dizer agora dessa geração que bebe desenfreada, se droga para esquecer os problemas, vive em função do sucesso, alimenta a alma de sentimentos perversos e não está preparada para o inesperado? Desfilavam, jogavam, cantavam esperando ouvir seu nome na multidão. Dinheiro para comprar, comer e fazer o que bem entender chega a todo instante e parece não saciar aquela cabeça confusa. Confusa de quê, se almejaram tanto isso? O que chegou em abundância parece agora não valer nada.




Passaram a entender que os colegas nunca foram amigos, que os conselhos eram para serem seguidos, que família não fazia volume, mas era a essência e a base de tudo para a felicidade. O pêndulo descerá um dia, não na mesma velocidade que subiu, mas lentamente, para que possamos deixar de lado a intolerância de tudo e para passarmos a amar intensamente o que fazemos e acreditamos ser melhor para o mundo.

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