quinta-feira, 18 de março de 2010

Luz de cego e cego de luz


É assim que começa o dia dos brasileiros. Ao abrirmos a janela, já somos recebidos por forte luz que ilumina as nossas manhãs e tardes. Mas a luz não só deixa mais bonitas as paisagens ou as pessoas alegres, como nos torna seres diferentes.

A luz que recebe uma mulher para gerar vida não pode ser desprezada por atos irresponsáveis que venham a ser cometidos. Imaginemos se naquele feto, abortado, estivesse o ser que iria revolucionar a medicina com a cura do câncer e da AIDS.

Ou se ali estivesse a criança articuladora que pudesse convencer a sociedade de que nunca iremos conseguir destruir a natureza, mas ela, sim, nos destrói quando quer.

A luz está aí para iluminar todos de forma igualitária, basta que abramos os olhos e o coração para recebê-la. A luz trouxe a inteligência necessária para que o brasileiro Alberto Santos Dumont chegasse a criar o avião, mas não sabia ele que mais tarde sua grande invenção seria usada por quem já estava cego de luz e só enxergava, naquela obra, a maneira mais fácil de dizimar milhares de pessoas nas duas guerras mundiais.

A luz que iluminou Dumont foi a mesma que encontrou Nicolau dos Santos Neto. Homem que conseguiu, através dos estudos, passar em um dos concursos mais concorridos do país e chegou a ser juiz de direito. Em suas mãos, foi depositada a responsabilidade de fazer justiça e lutar por um país mais igualitário.

Mas parece que aquela luz cegou o magistrado e o fez encontrar no cargo a forma ilícita de enriquecimento.

Entre os crimes que cometeu quando estava na ativa, estão o peculato, corrupção e estelionato pelos desvios de verba na construção do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo.

Pois bem... Não podemos reclamar da luz que nos traz felicidade, saúde e sabedoria. Deixaremos, sim, os protestos para aqueles que um dia foram iluminados, mas resolveram escurecer os olhos por causa da ganância e do poder .

Certo dia, um iluminado sábio já não aguentava mais ver tanta maldade e ouvir tanta injustiça que se afastou da sua vida social.

Os amigos perceberam sua ausência e foram até o seu encontro. Chegando lá, encontraram um homem triste e decepcionado, e perguntaram o que podia fazer para ter de novo aquele sábio das palavras entre os seus lares. E o sábio respondeu: “Gostaria que vocês me trouxessem um amuleto com as respostas para isto tudo que estou vendo e escutando”.

Os amigos ficaram perplexos com o que viram e escutaram porque de uma mente sábia daquela não poderia sair um desânimo e um desconsolo com a vida. Mas resolveram ajudar e demoraram bastante para encontrar um presente que respondesse todas aquelas inquietações. Marcaram um novo encontro e foram até o sábio entregar. Chegando lá, o sábio perguntou: “Conseguiram respostas para aqueles meus problemas?”.

Os amigos tiraram de uma caixinha vermelha um anel de ouro e o entregaram. Ao observar, o sábio se deparou com a seguinte frase escrita no anel: “Não desista, tudo passa”.

Essa história vem confortar os milhares de brasileiros que morrem de estudar, mas são ofuscados pelos cegos. Aqueles que depositaram seus sonhos na sua profissão, mas, no caminho, encontraram um cego que só cobrava e humilhava os seus subordinados.

Realmente, vamos ter que conviver com os cegos que não souberam aproveitar a luz. A mudança só será feita quando deixarem a luz do amor penetrar em seu coração.

Fonte da foto: poetik4ever.blogspot.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário