terça-feira, 17 de novembro de 2009

Em cartaz: o teatro da vida real






Vinícius de Moraes e Toquinho um dia cantaram assim: “Sei lá, sei lá, a vida é sempre uma grande ilusão. Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão”. Essa é a letra da música “Sei lá, a vida tem sempre razão”, que hoje faz parte da trilha sonora da novela Viver a vida, da rede Globo. Esta estrofe é profunda e nos remete a uma pergunta: a vida é uma verdadeira ilusão ou o ser humano transforma esta dádiva em um teatro de ilusões?


Se fôssemos montar uma peça, não faltariam elementos, nem situações para montarmos o teatro da sociedade atual. Os nossos primórdios, de forma sincera, já se fazia uso desta arte, só que de forma ritualista, como adoração aos deuses da época. Para eles, era uma forma de agradecimento àquilo em que acreditavam.

Eles não eram atores e nem encenavam para comprovar a verdadeira fé. Para eles, a fé era a dimensão da verdade, e verdade não se omite, não se encena, não se ilude. Pois bem, a sociedade da “transformação” conseguiu fazer do seu teatro, chamada vida, uma verdadeira ilusão. Ilusão do caráter, quando acredito que ferir meus princípios nada mais é do que ser igual aos outros; ilusão da verdade, quando não consigo nem ser verdadeiro comigo mesmo; ilusão do amor, quando imagino comprá-lo para saciar meus desejos.

Na verdade, os compositores desta música não fizeram nada mais do transportar a realidade em letras harmônicas. Para viver a vida, não precisa encenar, nem ter o dom de ser ator, nem fingir que esqueceu o texto.


Seja você, transforme seu texto nas palavras que vão fazer um mundo mais justo, erga a cabeça e diga que é feliz porque não encena riqueza, sorriso e nem frustrações.




Fonte de foto: casaxv.blogspot.com

3 comentários:

  1. Infelizmente a sociedade de ter criado a ilusão também é hipocrita...

    O jeito lutar em busca de dias melhores...

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  2. Se pudessemos definir Diego Martinelly em uma palavra, ela seria SENSIBILIDADE.
    Diego fala de todas aquelas pequenas coisas que a gente costuma não enxergar, ou que a gente prefere não pensar pra não correr o risco de sofrer.
    Quanta coragem, Martinelly!
    Parabéns!

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  3. Pois é, acho que muitas pessoas usam o artifício da encenação (diariamente) para se esconder de uma realidade que não condiz com os coloridos desejos íntimos. Talvez por isso, sejamos uma sociedade que é atraída com facilidade pelo espetáculo, pela ilusão da felicidade, tapando os buracos da verdadeira satisfação com meros momentos de alegria.
    Agora isso é fato, se fossemos fazer uma grande peça, não seria difícil identificarmos os velhos personagens de praxe.

    O blog tá muito legal!
    Parabéns.

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