segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Um sentimento chamado política




Tentei explicação no Aurélio e não encontrei. Nos livros históricos, encontrava apenas sua essência, mas nunca o sentimento da palavra política. Queria explicação para algo que parece estar na nossa frente, mas que é no inconsciente onde tudo está armazenado.

Olhar as crianças acompanhando caminhadas, jovens com os rostos pintados, adultos chorando pelos seus líderes é inexplicável. Alguns chegam a arriscar que, se estivesse vivo, Freud chamaria de “conscientes do mundo moderno” .

Mas esse sentimento chamado política, como o mundo, passa por transformação. Se retrocedermos, vamos lembrar que a luta pela redemocratização foi buscar no íntimo das pessoas o sentimento de coletividade.


Os jovens e adultos iam às ruas na busca de persuadir aqueles que não conseguiam enxergar que tínhamos perdido a capacidade de se expressar, de cobrar, de informar e de refletir se aquela forma de governo era melhor para todos.

O sentimento chamado política não pode ser este de votar porque ganhou dinheiro, porque conseguiu emprego pra algum parente ou conseguiu ser atendido de forma mais rápida no sistema público de saúde.


A conduta do candidato, a análise do seu plano de governo, os guias eleitorais já são deixados de lado pelos “conscientes do mundo moderno” e isto está causando um enorme prejuízo à sociedade.


É através deste voto que escolheremos deputados pensando em privilegiar uma minoria, senadores aprovando leis para poucos e presidente executando o que lhe dará mais capacidade política de administrar, com privilégios, e longe dos apelos populares.

Talvez nem pensaram na hora de parafrasear Freud, gênio no entendimento do ser humano, ele jamais diria uma bobagem dessa que escutamos de “conscientes no mundo moderno”.


A expressão entrará logo em desuso quando recorrermos ao sistema público de ensino e encontrarmos mentes sucateadas, procurarmos por parentes nos hospitais e escutarmos que infelizmente não deu para salvar vidas, recorrermos à justiça para saber que ela tarda e custa a chegar.


segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Existe razão para a razão ?


As horas passam, os meses voam e os anos vão ficando para trás. Mas a verdade é que existe uma correlação muito forte no que estamos vivendo hoje e o que foi construído ou executado anteriormente.

Pensar em eleger um candidato para assumir os rumos de um país é uma vitória se pensarmos que há algum tempo isso era feito de forma imposta, sem a participação popular.

Conseguir penalizar, através da lei, aquele ato irracional de agressão verbal ou moral aos negros, mesmo sabendo que há bem pouco tempo eles apanhavam para trabalhar, se alimentava como selvagens e dormiam amarrados para não fugir daquele sofrimento.

Foram muitos testes, mas aquele pequeno sobrevoo que Santos Dumont deu ao redor da Torre Eiffel começaria a mudar a realidade de uma sociedade. Aproximamos conhecimentos, distribuímos riqueza e, o mais importante, conseguimos conhecer as maravilhas deixadas por Deus de forma mais rápida e prática.

Alguém precisou agir com sua consciência para barrar agressões, medos, preconceitos e outras formas de enxergar e viver a vida em sociedade. Mas o quanto nós ainda precisamos ouvir a consciência! Abrir os jornais e ler a manchete: “Ex-prefeito deixa cadeia para se candidatar a deputado”, “Ídolo do Flamengo está envolvido no assassinato de sua ex-namorada”

O que pensa uma pessoa que já cometeu vários crimes e ainda persiste em legislar para um Estado? A consciência dele ainda não passou aquele “filme” que mostra pessoas morrendo de fome porque o dinheiro público foi utilizado de forma incorreta, famílias dormindo nas ruas porque não têm casas, crianças entrando para a marginalidade porque lhes foi tirado o direito de estudar.

A nossa consciência não pode ser apagada. Está na hora de a usarmos para acabar com injustiças e devolver para os futuros jovens aquele sentimento nostálgico. Deitar e olhar pra trás e saber que teve conscientes que lutaram pela democracia, conscientes que mudaram a realidade de um povo, conscientes que reconstruíram a moral e a dignidade de quem já não sabia mais o valor da vida.

Que ídolo é esse que mata? Fazer de um ser humano herói porque veste a camisa do time que torço, porque é valente e já matou centenas de pessoas, rouba e não é preso, consome droga, e ainda não morreu, é deixar que sua consciência padeça na escuridão. Só construiremos um mundo melhor quando agirmos com a consciência do amor. Amar na hora de assumir um cargo público, amar na hora de pregar justiça, amar na hora de pensar...