Certo dia, ao observar uma família que morava em um dos grandes centros do país, pude perceber que existiam duas filosofias de vida passadas para os filhos daquela família. Uma era utilizada quando entrava em casa e outra quando passava do portão da frente com destino à rua. A forma de falar, de cumprimentar as pessoas, de ouvir e até o estado de espírito mudavam quando saiam de casa.
Aquilo foi me chamando atenção. Em determinada ocasião, encontrei o patriarca da casa e lhe perguntei: “Por que seus filhos se comportam de uma forma em casa e na rua eles são outras pessoas?” E o pai nem concatenou o que iria responder e me disse: “Mostrei para eles que existem dois mundos: o que os aguarda depois do portão da frente é cheio de mentira, inveja, ódio, traição, ausência de esperança e tantas coisas que poderíamos passar o dia inteiro aqui elencando. Mas, ainda existe o outro mundo que está do portão para dentro, e este, sim, os aguardava com amor, felicidade, esperança e união.”
Ele terminou me dizendo que criava os filhos para saber conviver com o mundo. Aquilo me fez refletir e cheguei à determinada conclusão que mundo que o pai apontava, como aquele depois do portão da frente, nada mais era do que um reflexo desta percepção errônea de se educar os filhos.
Devemos educar o mundo para os nossos filhos e não os nossos filhos para o mundo. Ou invertemos estes valores de amor, felicidade, esperança e união para os que estão lá fora ou, em um futuro bem próximo, eles serão recebidos de braços abertos pela inveja, maldade, ódio e pela traição.
A vida é como o eco das montanhas, quando a chamarmos de feia, de mentirosa, de insuportável, ela nos devolverá aquelas palavras em forma de eco. Agora se a chama de bonita e de bela, ela fará os teus dias mais alegres, bonitos e iluminados.
Fonte da foto: conversadeliquidifica